Voltei a Guiné Bissau



Desta vez a viagem foi mais tranquila,o viajante que se sentara ao meu lado, não se calou em toda a viagem.
E quando o avião aterrou no aeroporto de Bissalanca e se abriram as portas o ar impregnou-se de imediato dos cheiros que tornaram todos os odores ainda mais intensos e até eu já cheirava a africa.Desci as escadas com o coração  a bater tão rápido que mal conseguia respirar pela emoção de voltar à Guiné Bissau. 

Ao passar pelo control , mandaram-me abrir a mala de viagem, para fexar de seguida e lá saí para fora do aeroporto onde o missionário deveria estar a minha espera, mas ainda não tinha chegado  e permaneci ali durante algum tempo olhando meu redor tentando encontrar esse rosto  familiar que me ia buscar. Ao contrario dos outros dias o avião chegou mais cedo que o habitual
Táxi? …Precisa táxi? Gritavam-me do outro lado da rua, numa mistura de crioulo e português, ao qual eu ia abanando a cabeça dizendo que não precisava.
O vizinho do assento ao lado no avião, depois de ter colocado as malas no carro que o viera buscar, ficara a fazer companhia e falou…falou de novo tanto, mas eu já não o ouvia, pois toda a minha atenção estava virada para cada carro que chegava vindo do meio da escuridão que fazia para la da entrada para o aeroporto.
Mas de repente alguém tocou no meu ombro dizendo o meu nome e, que alivio, era a voz do missionário que me vinha buscar.
A partir daí tudo foi mais facil e quando avistei o grande portão vermelho da Casa Emanuel, não consegui segurar aquela lágrima que espreitava nos meus olhos desde que saí de Portugal, caiu finalmente  livre até molhar o meu rosto e eu soluçar.
Não encontrei palavras para descrever a mistura de emoções que  ferveram no peito para dizer o que senti quando fexei atrás de mim a porta do quarto que vai ser o meu espaço durante os 6 meses que vou ficar aqui.
Chorei  e ri até adormecer.

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