Apeteceu-me escrever

Porque hoje é domingo ,21 de Novembro, bateram-me a porta do meu quarto e comunicaram-me que acabara de chegar uma grávida com dores.
Levantei-me à pressa não fosse o caso de estar mesmo a parir, mas quando a observei , não estava em trabalho de parto.
Doía-lhe o corpo, porque ardia em febre, com episódios frequentes de vómitos.
Foi internada e após observação médica com o diagnóstico, paludismo , iniciou quinino entre outros medicamentos que são habituais nesta realidade , bem diferente da qual eu estava habituada.
Enquanto a medicação lhe percorre o corpo, a febre, baixou e sem dores a grávida adormeceu e eu sentei-me a seu lado não só para lhe fazer companhia mas também para me sentir, eu também acompanhada.
Fiquei a olhar aquele rosto adormecido e pensei se mesmo dormindo essa mulher podia sonhar, com apenas 15 anos  já vai ser mãe.
Não há meios anticoncepcionais disponíveis, não há informação sobre os riscos e tudo o que possa existir custa o que não tem .

As mulheres casam muito sedo, com mais outras quantas para trabalhar e servir o mesmo homem, servir na cama , sem prazer, sem amor e no trabalho árduo, com os filhos ao seu redor que mais parecem os seus irmãos mais novos.